

Como já disse, a obra é baseada na peça teatral de Patrick Marber, então, o forte são os diálogos. Construído com uma narrativa picotada com espaçamentos temporais, costura a história de uma forma inteligente e gostosa de se ver. Cada cena é um show de diálogo e interpretação. Mike Nichols deixa, então, que o texto flua, valorizando os closes em seus atores e nos presenteando com um filme que é pura emoção. Um jogo de sedução até. Incrível como a gente não sabe nada e ao mesmo tempo tudo daqueles personagens.

Falando de amor sem ser meloso, construindo um hiato de relações atuais onde não sabemos bem como nos entregar, nem a quem, Closer constrói uma trama madura, apesar das inúmeras imaturidades dos seus personagens. É bom para ver Julia Roberts em um papel digno da atriz que ganhou fama e depois fez escolhas lamentáveis, Jude Law em um papel que não tenta nos convencer de que ele é um sedutor irresistível, Clive Owen em uma construção interessante e Natalie Portman em mais uma bela atuação em sua curta, porém vitoriosa, carreira. Se, em 2004, ela chegou perto demais, agora em 2011, finalmente foi consagrada com todos os prêmios possíveis a uma atriz.